Quando fui convidada a escrever mais
um perfil para esta coleção Aplauso, ouvi a sugestão: “Por que você não
escolhe o Umberto Magnani? Ele é um ótimo contador de histórias”. Aceitei a
idéia e é com imenso prazer – e dificuldade! – que me ponho a escrever esta
Introdução.
Prazer em dar o meu depoimento pessoal sobre ele, afinal,
foi simpatia à primeira vista. Dificuldade pelo fato de haver múltiplos
Umbertos no Umberto Magnani. Lembram do Mário de Andrade? “Sou trezentos, sou
trezentos e cinquenta”, o poeta traduziu-se, um dia. Pois este verso poderia
muito bem traduzir o Magnani. Trezentos foram os trabalhos em que atuou como
ator; cinqüenta, as funções por ele exercidas fora dos palcos e das telas.
Interpretar e saber contar causos são apenas duas das artes desse
auto-denominado ítalo-caipira.
Procurei adequar o melhor possível suas narrativas à
linguagem escrita, na tentativa de expressar o vigor, a emoção e o humor com
que ele tempera cada uma delas. Lágrimas ao falar dos pais e da infância; ética
ao tratar de colegas e trabalhos realizados; humor ao se lembrar tanto das
aventuras quanto dos tempos difíceis – lição que ele diz ter aprendido em sua
terra natal.
Por falar nisso, você conhece Santa Cruz do Rio Pardo? Se
conversar, por alguns minutos que sejam, com Umberto Magnani, será como se você
tivesse nascido naquela cidade do interior paulista. Se conversar um pouco mais
de tempo, vai começar a desconfiar de que ela não existe, que se trata de uma
Pasárgada, de uma Canaã – cidade imaginária de paisagens idílicas, povo
hospitaleiro, comida deliciosa e farta. A terra natal o marcou de tal modo que,
na hora de escrever o livro, usei o rio como fio condutor das memórias e das
reflexões.
Mas nem só de nostalgia vive e fala Magnani. Conheço
poucos artistas com a sua consciência, sua ação em prol do coletivo, sua paixão
pelo que faz. Umberto transita, sem maiores problemas, por teatro, cinema,
televisão, entidades de classe, produção, magistério, administração, trabalhos
voluntários. E é de uma humildade inacreditável que, certamente, se fará notar
nas linhas e entrelinhas deste trabalho.
Dentre as fontes por mim consultadas para a elaboração do livro, destaque-se o primoroso trabalho de Ilka Marinho Zanotto, Mariângela Alves de Lima, Maria Thereza Vargas e Nanci Fernandes, organizadoras do volume dedicado à Escola de Arte Dramática, na coleção Dionysus, publicada em 1989 pela antiga FUNDACEN. Outra iniciativa, fundamental aos pesquisadores de teledramaturgia, é o site www.teledramaturgia.com.br, capitaneado por Nilson Xavier. Finalmente, para alguns dados históricos, recorri ao livro Coronel Tonico Lista: o perfil de uma época, de José Ricardo Rios, conterrâneo do ator.
Dentre as fontes por mim consultadas para a elaboração do livro, destaque-se o primoroso trabalho de Ilka Marinho Zanotto, Mariângela Alves de Lima, Maria Thereza Vargas e Nanci Fernandes, organizadoras do volume dedicado à Escola de Arte Dramática, na coleção Dionysus, publicada em 1989 pela antiga FUNDACEN. Outra iniciativa, fundamental aos pesquisadores de teledramaturgia, é o site www.teledramaturgia.com.br, capitaneado por Nilson Xavier. Finalmente, para alguns dados históricos, recorri ao livro Coronel Tonico Lista: o perfil de uma época, de José Ricardo Rios, conterrâneo do ator.
Magnani costuma dizer que escolhe seus projetos
artísticos, principalmente, pelo “clima das coxias” - para que um trabalho dê
certo é preciso se dar bem com os colegas, participar de um ambiente divertido
e ameno por trás das câmeras ou das cortinas do palco. Partilho com ele essa
característica e afirmo que as “coxias” deste livro foram as melhores
possíveis. As entrevistas e incontáveis conversas ao telefone foram as mais
divertidas. Quando conheci sua mulher, Cecília, completou-se a simpatia que,
espero, “seja o começo de uma grande amizade” – parafraseando um dos filmes
preferidos do ator.
Lançamento do livro - Mostra Internacional de Cinema - SP 2004 Foto: Lina de Abreu |
Ah ! essa dupla rendeu simpatia feito pipoca! Sou testemunha: explodiram por todo lado!! Quem não leu o livro leia! A trajetória de Humberto ficou deliciosa ao ser "reescrita" pelos olhares de Adélia! Um abraço para vocês!
ResponderExcluirUm abraço, Lanes. Obrigada pelos clics todos!
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