segunda-feira, 18 de maio de 2015

Ateliê de Memórias - FAINC - 2015


Encerramos no dia 14 de maio mais um Ateliê de Memórias, desta vez na FAINC (Faculdades Integradas Coração de Jesus) de Santo André. Foram 12 encontros, iniciados em fevereiro, onde pudemos trabalhar diversos gêneros discursivos a partir da memória de si e do outro. Para tanto, foram utilizados estímulos sensoriais, objetos, arquiteturas, fotografias, entrevistas, atividades plásticas e leituras.

Café com leite, pão com manteiga
Estímulo sensorial de Claudia Jordão para texto sobre a infância
(Foto: internet)













Casa em que Izabel Bueno passou a infância
Estímulo para a escrita a partir de uma arquitetura
(Foto: internet)













Todos os textos produzidos foram lidos e analisados em conjunto para, em seguida, serem reescritos por seus autores, como é praxe nos Ateliês de Escrita. Ao final, tivemos aproximadamente cinquenta registros em forma de poesia, relato, descrição, carta, entre outros.


Trabalhos de recorte e colagem de Vanessa Castro
a partir do estímulo "pessoa memorável"
(Foto: Elaine Bombicini)

Os escrevedores tiveram a oportunidade de elaborar um projeto memorialístico pessoal, de modo que algumas propostas em sala foram especialmente direcionadas para eles, mas usufruídas por toda a turma.

Objetos em desuso como estímulo à escrita de Lu Moraes Costa
(Foto: Elaine Bombicini)
















Elaine Bombicini e amigo no Panteón Del Carmem - Monterrey - México
Escrita a partir de fotos de viagem














Ao final, cada participante sorteou um colega para trabalhar a edição de um ou mais de seus textos sob a forma de material literário. Dentre as resultantes, foram criados livros impressos, livros-álbum, audiolivro, livro objeto – todos carregados igualmente da memória de quem os elaborou. Até eu fui surpreendida com um, feito a quase vinte mãos!

Além da vivência editorial, o objetivo da proposta é que, a partir dessa experiência, cada um possa editar os seus próprios textos e projetos.




Livro-cubo mágico criado por André di Peroli para textos de Denise Perini
(Foto: Denise Perini)




Livro-objeto criado por Tátila Colin para os textos de Izabel Bueno
(Foto: Elaine Bombicini)

Livro-álbum de Denise Perini para textos de Claudia Jordão
(Foto: Elaine Bombicini)


A todos o meu muito obrigada por mais esse Encontro criativo. Boas escritas, meus queridos!

Eu e meu livro surpresa, com depoimentos dos participantes!
(Foto: Elaine Bombicini)


Adélia Nicolete


sábado, 9 de maio de 2015

"perdidos-achados-escritos" - Exposição na Livraria Alpharrabio


 


Arte de Luzia Maninha utilizando materiais encontrados dentro de livros


Quem ama os livros e faz deles companheiros sabe que são bem mais que um ajuntamento de folhas impressas. Diversão, ensinamento, desafio, válvula de escape, oráculo, tudo isso um livro pode ser. E quando falamos do objeto livro outras funções se agregam e ele pode virar carteira, pasta, arquivo, cofre, esconderijo. No momento em que o livro deixa de ser o seu conteúdo e passa a ser um continente, quase tudo nele cabe. Há livros em que nós mesmos nos guardamos!

Imaginem agora um sebo. Muitos e muitos livros que, além das palavras e imagens neles inscritas, guardam um pouco da história de seus leitores e companheiros. Não é de se espantar, quando se abre um deles ao acaso, a chuva de pequenos itens que ali fizeram morada. Tanto tempo guardados entre as páginas, que aprenderam a ser livro também e é assim que eles se reconhecem.

Um livreiro que se preze divisa em cada objeto encontrado o fragmento de uma vida, ali deixado e, por uma série de motivos, esquecido. Por que não criar para cada um deles pequenos textos e estabelecer um diálogo criativo com novos leitores? Por que não dar a eles um destino de livro, verdadeiro, impresso para que possam guardar, talvez, novos itens e novos fragmentos de vida?

Foi esse justamente o mote da exposição “perdidos-achados-escritos”, idealizada por mim em comemoração aos 23 anos da Livraria Alpharrabio de Santo André e que contou com a minha curadoria juntamente com Dalila Teles Veras e Luzia Maninha.

Adélia Nicolete, Luzia Maninha e Luís Alberto de Abreu, um dos autores participantes
(Foto: Wilson Rodrigues)

No dia 21 de fevereiro de 2015 inauguramos a exposição perdidos-achados-escritos, em comemoração aos 23 anos da Livraria Alpharrabio de Santo André.

Parte dos livros artesanais em exposição
(Foto: Luzia Maninha)


O evento foi a culminância de um processo iniciado em outubro de 2014 e que teve como curadoras Dalila Teles Veras, Luzia Maninha e eu. A inspiração para o projeto surgiu dos materiais encontrados dentro dos livros (o Alpharrabio é também um sebo) e colecionados por Dalila ao longo dos anos. Uma primeira mostra desses materiais fora realizada há exatos 20 anos, organizada pelo poeta Zhô Bertolini. Para a nova versão, imaginamos acrescentar à iconografia textos literários, mais especificamente microtextos.

com Zhô Bertolini, em frente ao "lambe-lambe" com reproduções de textos da exposição
(Foto: Luzia Maninha)


Em outubro de 2014 criamos um blog e o alimentamos com uma seleção de 50 daqueles objetos. Em seguida, enviamos um e-mail convite a frequentadores do Alpha e público em geral para que escolhessem até três imagens e nos enviassem um microtexto para cada uma delas. A partir dessas mais de cem criações, a designer Luzia Maninha elaborou um livro artesanal em que o material perdido tornou-se a capa e o propósito do texto.

Roberta Marcolin Garcia e Geancarlla Ranulfo junto à pequena Diana exibem os livros em que figuram suas escritas
(Foto: Luzia Maninha)

Paralelamente às escritas individuais, em novembro foram promovidos dois Ateliês Relâmpago de Escrita Criativa que coordenei na própria livraria e que tinham como objetivo criar textos a partir de uma dinâmica coletiva.

Ateliê Relâmpago de Escrita(Foto: Luzia Maninha)

Em janeiro de 2015 foi criada uma página no facebook para a divulgação paulatina dos escritos, o que atraiu um público ainda maior para a exposição, em cartaz até o final de abril de 2015.

Dalila Teles Veras
(Foto: Wilson Rodrigues)

Adélia Nicolete

Para conhecer o blog do projeto, acessar:

http://perdidosachadosescritos.blogspot.com.br/


Para conhecer a página do facebook:

https://www.facebook.com/PerdidosAchadosEscritos?fref=ts