Em
meados dos anos 1990, fui desafiada por dois amigos a levar para a cena o
triângulo amoroso entre Arlequim, Pierrô e Colombina. A ideia era algo
romântico e em versos para que pudessem exercitar a commedia dell’arte e levantar o espetáculo com apenas três
intérpretes (leia-se poucos recursos). Não me lembro por quais motivos – quem
sabe a incompetência da dramaturga tenha sido um deles? – a adaptação nunca foi feita. Acontece que a semente acabou por germinar num outro texto anos depois, “O que
os meninos pensam delas?”, dirigida ao público juvenil, onde pude abordar os
dilemas amorosos próprios da fase, a amizade, a relação entre irmãos e também a
influência dos meios de comunicação de massa. Reluto em classificar como comédia, pois temo
que a encenação exagere e resulte em algo caricato. Digamos que seja uma peça
leve, a contrastar com o peso das emoções juvenis.
Para
minha alegria, esse triângulo amoroso já teve encenações em todo Brasil e,
embora tenha sido escrito na era pré-internet, telefone celular e redes sociais, parece falar de perto a um bom
número de jovens. Costumo dizer a quem me procura que “O que os meninos pensam
delas?” pode ser usado apenas como um disparador para a criação das próprias
cenas do grupo. Pode ser usado em partes, pode ganhar um antes e um depois,
pode acolher questões raciais, de classe, de gênero – como foi para mim um
disparador a relação entre Arlequim, Pierrô e Colombina.
Fundação das Artes de São Caetano do Sul
Encontro com o elenco dirigido pela professora Paula Venâncio
setembro 2018
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Nesse link você encontra o texto na íntegra e caso queira encená-lo ou tomá-lo como
base para um trabalho com jovens em ambiente escolar ou amador, pode fazê-lo
gratuitamente. Peço apenas que entre em contato comigo para que eu saiba por onde têm
voado minhas letrinhas.
Adélia Nicolete
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