terça-feira, 14 de novembro de 2017

Artes-Manuais: narrativas e memórias afetivas


(Foto: Mariana Vilela)


Na postagem do dia 15 de agosto publiquei o prefácio do livro Artes-manuais: narrativas e memórias afetivas, à época no prelo. Hoje é dia de mostrá-lo e falar um pouco sobre o processo de criação.

Tudo começou no curso de Pós-Graduação em Artes-Manuais para a Educação, coordenado pela Prof. Dra. Nina Veiga e realizado n'A Casa Tombada, em São Paulo. 
Mentira! A história desse livro desconhece o seu começo!

Digamos que um ponto inicial identificável foi... um ponto. Aquele primeiro. Ponto de um bordado ou de uma costura, de um tricô ou de um crochê; de uma pedra, ponto na rocha.


Elis mostra para Érika a peça afetiva que trouxe
(Foto: Adélia Nicolete)















Rosana observa a manualidade trazida por Karina
enquanto ouve sua narrativa
(Foto: Adélia Nicolete)


Renata e Eliana trocam suas narrativas
(Foto: Adélia Nicolete)

















Cada participante escolheu em seus guardados uma dentre tantas peças confeccionadas à mão e a levou para expor ao grupo. O que tem de especial um jogo das cinco marias? Por que ainda se guarda uma caixinha de fósforos encapada com tecido? Um colarzinho de fuxicos , o que tem de mais? O que nos faz guardar uma blusa ou uma touca de tricô fora de uso? A resposta é uma só: as histórias que carregam consigo. O afeto que envolve o objeto e nos re-liga a quem o fez, a quem o ofertou e a nós mesmos. As histórias foram compartilhadas em duplas, trocadas, fio a puxar fio.


Luciana e Camila expõem e narram suas peças afetivas
(Foto: Adélia Nicolete)

Vera e Fabiana em troca de narrativas
(Foto: Adélia Nicolete)





Haline e Dayse apresentam suas memórias
(Foto: Adélia Nicolete)







Quem fez essa peça? Quando você a recebeu ou confeccionou? Qual era a estação do ano? Quais os pontos ou qual a técnica envolvidos? Fale sobre a materialidade do objeto. Qual a sensação ao lembrar, que gosto tem essa lembrança? Onde você guarda esse tesouro? 

Essas e outras perguntas, feitas ao sabor da curiosidade, puxaram mais e mais recordações a fim de enriquecer os relatos.


Gabriela e Simone em narrativas afetivas
(Foto: Adélia Nicolete)

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Débora e Eliana se divertem e se emocionam
(Foto: Adélia Nicolete)













Mika e Suzana relembram
(Foto: Adélia Nicolete)














A etapa seguinte foi elaborar individualmente o texto ouvido. Tecer por escrito a narrativa ouvida utilizando os fios narrados, mas também aqueles trazidos dentro de si ao ouvir as histórias: emoções, comparações, empatia, memórias próprias: outras texturas e cores a compor com os relatos. 

O quanto tem a escrita de arte-manual? Quantas escritas a habitar uma peça feita à mão? De que maneira técnicas e procedimentos, características singulares de cada objeto podem tramar com o verbo e trançar metáforas? Ensinamentos e expressões de artesãs - "linha de preguiçosa", "avesso perfeito", "lavar as mãos antes de começar o trabalho" - poderiam dar colorido à trama. De que mais nos lembramos?

Esses e outros desafios foram feitos às participantes como forma de estimular a criação.



(Foto: Adélia Nicolete)


Cada texto escrito foi narrado à turma e demos início ao processo de reescrita e revisão para a publicação, a cargo de Luciana e Érika.

A equipe encarregada do projeto gráfico e da diagramação tratou de tecer ainda outra camada de sentido aos textos criados.



Estúdio montado em casa de Sofia para a produção do livro
(Foto: Karina Nakahara)



Karina, Sofia, Suzana e Vinícius formaram a equipe
(Foto: Karina Nakahara)


Cada prancha criada foi fotografada, tratada e impressa.
(Foto: Mariana Vilela)




(Foto: Divulgação)


(Foto: Divulgação)


Sofia, do projeto gráfico e da diagramação
(Foto: Lara Arce)



Vinícius, da equipe
(Foto: Lara Arce)


















Os textos de apresentação e de encerramento foram criados e o material enviado para a impressão. Karla encarregou-se da parte comercial e o lançamento ocorreu no dia 11 de novembro, n'A Casa Tombada.



Lara e Haline na noite de lançamento
(Foto: arquivo das autoras)




Cristina autografa ao lado de Karla, Vanessa e Renata
(Foto: arquivo das autoras)


Daniela autografa ao lado de Paula
(Foto: arquivo das autoras)







Eliana autografa junto a Karla
(Foto: arquivo das autoras)


Vera autografa livro para convidado
(Foto: arquivo das autoras)


















O lançamento e a noite de autógrafos marcam o final do processo? O final se dá no contato com o leitor? E quando novos livros são produzidos a partir desse estímulo, são eles o encerramento? Outro aspecto a se pensar: a obra foi assumida por todas - desde os textos até a produção e a comercialiação. O quanto esse exercício capacitou o grupo? O quanto comprovou que é possível criar e publicar de maneira autônoma, estimulando novas investidas? Desdobramentos.


Nina Veiga lê um trecho do livro, ladeada por Haline
(Foto: Carlos Vinícius)

No centro, Giuliano Tierno, Coordenador Geral d'A Casa Tombada
e também coordenador da Pós-Graduação
em Artes-Manuais para a Educação
(Foto: Carlos Vinícius)

Quando se fala em processo, coisa impossível é identificar começo e final. Essa postagem, por exemplo, é um desdobramento da atividade. Os vídeos abaixo também - eles registram em parte a noite de lançamento e foram feitos por Nina Veiga, com quem compartilho a organização da publicação.









Parabéns a toda a turma pelo trabalho e por essa resultante tão bonita - agradável aos olhos, às mãos e ao pensamento! Parabéns a A Casa Tombada por iniciativas tão potentes! 

Parabéns e obrigada, Nina Veiga, por esses e tantos outros Encontros!

Que venham outros textos mais - tecidos de memórias e afetos!


Adélia Nicolete


Aqui o site d'A Casa Tombada.

Para aquisição do livro, deixar mensagem inbox na página d'A Casa Tombada no facebook.


2 comentários:

  1. Esses pontos e ires e vires do infinito e além!! Que trabalho potente e que feminino atuante. Belíssimo processo, dentro e fora! Saudações aos participantes e suas ações tão pertinentes! <3

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    1. Sim, Elaine, o livro está belíssimo! Quando nos encontrarmos, lembre-me de mostrá-lo!

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